Notícias desagradáveis
A economia cresce e o desemprego aumenta. Muita gente desconfiada dos números e algumas vozes mais calmas tentado explicar as relações e os desfasamentos entre uma coisa e outra. Na minha modestíssima visão, quando se olha para números convém sempre ver um pouco além e perceber o que lhes está na origem. Neste caso, mais exactamente, ver quais os sectores da economia que crescem e quem são os novos desempregados. E não esquecer que a taxa de desemprego depende do número de desempregados, mas também do número de activos, embora pareça não ser essa a justificação neste caso.
Outro exercício interessante de se fazer é detectar as tendências das estatísticas. Por exemplo, consultando a documentação on-line do portal do IEFP, perceber que os números do desemprego, pelo menos na última meia dúzia de anos, vão decrescendo de Janeiro a Julho/Agosto, para registarem uma nova subida entre Agosto/Setembro e Novembro. Isto não quer dizer que a taxa de desemprego do 1º trimestre não possa ser superior à taxa do último trimestre do ano transacto. Mas deixa em aberto que o final do Verão possa trazer mais notícias desagradáveis para os trabalhadores e, por força maior, para o governo.
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