Disparates
Escrever disparates compensa. Basta atirar umas achas para a fogueira. Por exemplo, sobre o voto secreto, ou sobre a sexualidade. A garantia de se captar mais facilmente a atenção, de polarizar as opiniões, de impor um raciocínio, independentemente da sua validade, é muito alta.
Sobretudo, é fácil. O trabalho, mais duro e incomparavelmente moroso, de desmontar o falso argumento fica para os outros. Sim, escrever disparates compensa. Não devia ser motivo para colaborar regularmente com os jornais, mas até nesse campo parece dar créditos.
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