Respeito
Os ataques fantasiosos de Marques Mendes a José Sócrates, na sequência do compromisso assumido pelo primeiro-ministro de não mexer na lei do aborto se o “não” ganhar, resultam de um raciocínio falacioso e de muita hipocrisia política. Para quem há bem pouco tempo dizia que o aborto não devia ser um assunto partidarizado, este tipo de tentativa de aproveitamento político é do mais rasteiro que se pode assistir. Para além disso, atesta a facilidade com que alguns políticos distorcem intencionalmente as suas palavras e as dos seus opositores, ou os factos a que elas se referem, à medida daquilo que julgam ser conveniente. Por último, esta ânsia de transformar um “não” num “sim” revela ainda o pouco respeito do líder do PSD pelos resultados eleitorais e pela inteligência dos eleitores. Para quem ainda tivesse dúvidas, Marques Mendes está a deixar bem clara a fibra de que é feito.
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