O brilhantismo
Ribeiro e Castro merece-me alguma simpatia por representar aquele CDS/PP que não é o dos Paulos Portas, Telmos Correias e Nunos Melos. Apesar disso, não deixa de representar o CDS/PP e, como tal, não se pode dizer que seja uma pessoa com a qual eu me encontre em sintonia, ideologicamente falando. O líder do CDS é contra o aborto e afirma que para esta sua tomada de posição contribui a vontade de aumentar a população portuguesa. Assim sendo, parece que Ribeiro e Castro defende que as políticas de incentivo ao aumento da taxa de natalidade devem passar pelo Código Penal. Não sei se é por aí que devemos avançar.
Além disto, ficamos ainda sem perceber a relação directa entre aumento da população e, presume-se, os eventuais benefícios que daí advêm para o país. Sem grande esforço, é possível relembrar uma mão cheia de indicadores, tais como a taxa de mortalidade infantil, a taxa de alfabetização, as estatísticas do trabalho infantil e os salários mínimo e médio praticados, para se compreender que a questão é muito mais complexa do que surge aos olhos de Ribeiro e Castro.
No fim das contas, o que fica por saber é se os líderes políticos têm estas brilhantes ideias sozinhos ou se recorrem à prestimosa ajuda dos seus batalhões de assessores e das comissões políticas dos seus partidos.
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