Brincar à política (II)
Não é realmente necessário perguntarmo-nos sobre as dificuldades de compatibilizar os mandatos de deputado e de vereador, ou melhor, sobre as dificuldades de perspectivar esse cenário no momento da aceitação em pertencer a essas duas listas como candidato. A resposta surge demasiado óbvia. Depois de uma campanha desastrada e da pouca expressão da oposição ao executivo de Carmona Rodrigues, não se pode dizer que Lisboa vá sentir a falta de Carrilho. Porém, continua a ser sofrível ver como os compromissos que se assumem nos momentos eleitorais são descartados na primeira oportunidade. Compreende-se que o parlamento seja uma plataforma simultaneamente mais confortável e mais mediática, bastante mais ao gosto do ex-ministro. O que não se compreende é como os lugares políticos podem ser impunemente instrumentalizados pelos seus ocupantes ao sabor dos seus interesses pessoais.
|