Monday, December 18, 2006

Por estes dias, em que as confissões em forma de livro acusatório são tão mediáticas, uma pequena curiosidade chama-me a atenção. Quantos destes comentadores, que enchem a boca de “dona Carlina” e “esta senhora”, com medo que o seu desprezo pela alternadeira passe despercebido, se comportariam desta forma se se tivessem cruzado com ela nas infindáveis galas do desporto, nas cerimónias, nos Dragões de Ouro, nos jantares e nas festas organizados para ajudar a colorir o futebol? Quantos, tendo mesmo chegado a cruzar-se com ela, beijaram a mão à rainha consorte?
Se o livro de Carolina Salgado, como todos os assomos de escrúpulos que só vêm a luz do dia depois de perdidos os privilégios, deve muito à hipocrisia, esta desconsideração pseudo-moralista pela pessoa da sua autora não lhe fica atrás.