Tuesday, May 09, 2006

Uma das resoluções que adoptei no Tempo dos Assassinos foi manter uma lista de links pequena e funcional. Algo que traduzisse interesses de leitura de uma forma realista. Mas, mais do que uma manifestação de interesses de leitura, a escolha dos blogues que ali constam pretende ser, de uma forma muito subjectiva e intangível, também uma linha de rumo para a identidade deste sítio. Uma identidade que se quer construída tanto na semelhança como na diferenciação. Desta última, o que pretendo extrair é, sobretudo, uma forma alternativa de ver, de estar, de sentir. Uma diferença que, ao invés de criar antagonismos, alargue horizontes.

Desde ontem que a lista de links conta com o novíssimo Lugar Comum. Nele se reúnem, sem desprimor para os restantes, dois dos meus bloguistas favoritos: o Afonso Bivar e o Lutz Bruckelmann, que alimentaram, respectivamente, o Bombix Mori e o Quase em Português até os transformarem em dois dos melhores exemplares de sempre deste meio.

Como é que o Lugar Comum vai abrigar as distintas e fortíssimas personalidades que o compõem é uma interrogação que me coloco, mas para a qual não procuro realmente resposta. Na incerteza, o problema levanta-se, de facto, para as quatro pessoas que o compõem e não para os seus leitores, nos quais me vou seguramente contar. Sobra-me curiosidade, mas quem por cá anda há já uns tempos aprendeu que os blogues são coisas vivas. Nascem, crescem e fenecem. Por isso mesmo, querê-los parados, cristalizados, é anular-lhes a essência. Mas esta realidade não invalida a nostalgia do que foram, do seu passado, da experiência comum da sua vida virtual. A morte não custa menos por a sabermos certa.

Este texto é, por tudo isto, uma elegia. O fim de um blogue, que se acompanhou com manifesto prazer praticamente durante dois anos e meio, cria, inevitavelmente, um vazio. O tempo, dizem, tudo sara. Assim o creio. Assim o espero.